A República Central Africana (RCA) é o lugar menos feliz da terra. Ao menos de acordo com o Relatório Mundial da Felicidade da ONU. No Índice de Desenvolvimento Humano, ocupa o último lugar entre 188 países. Mas também é o lar de pessoas as quais Deus ama mais do que a vida em si, razão pela qual nós fomos para lá.
Levou muito tempo para chegarmos em Zemio. A jornada começou em 2009 para os líderes da nossa equipe. O resto de nós começou a se sentir chamado para o povo Mbororo entre 2011-2014. Porém, conflitos na RCA nos levaram a vários adiamentos. Então nós esperamos, oramos e ficamos imaginando se iríamos colocar nossos pés em Zemio algum dia. Finalmente, em novembro de 2016 tivemos permissão para a entrada.
Pelas janelas do monomotor, nós vimos desde as cidades secas e agitadas de Uganda até as matas e selvas da República Democrática do Congo (RDC). Algumas horas depois, avistamos o rio Mbomou brilhando ao sol do meio dia. Estávamos chegando na RCA.
Parecia um milagre quando saímos do avião e pisamos na terra avermelhada de Zemio. Tudo era brilhante, quente e inacreditável: toda aquela cor e o brilho dos sorrisos calorosos de uma centena de pessoas Zande. Parecia que a cidade inteira tinha vindo nos encontrar, cercando-nos com apertos de mão e cânticos animados.
Eu me senti perplexa e maravilhada, mas também profundamente aliviada: era como se tivéssemos feito uma viagem longa e difícil e chegado em casa finalmente.
Nós tínhamos uma dupla missão em Zemio. Primeiro: suprir as necessidades materiais e as necessidades do evangelho dos Mbororo. Segundo: fortalecer e mobilizar a igreja Zande. Apesar das duas tribos serem vizinhas, um abismo de desconfiança impedia que seus mundos se unissem. Nós esperávamos ser uma espécie de ponte humana entre eles.