07/07/2020

Notícias da Ita


Amados irmãos, igrejas, famílias e amigos.
 
Este é um tempo especial, diferente, constrangedor em alguns momentos, de convivência que passou desapercebida e que agora toma novos ares.
 
Outro dia meus queridos, uma pessoa mencionou: “eu não convivo com esses vizinhos...” Fiquei triste, e isso me fez pensar profundamente na experiência salvadora de Jesus! Mateus registra no capítulo 25, versos de 25 a 31, Seu ensino no Monte das Oliveiras, rodeado de discípulos, levando-os, pouco antes da Páscoa, a ouvir  e meditar sobre a conduta em relação aos que sofrem. Ele, Jesus, foi nosso exemplo, e em terras da Judéia e Galileia, Ele conviveu amorosamente com grupos diversos e Seu sacrifício e Sua Ressurreição nos alcançou e nos impulsiona a cada dia, mesmo agora, com o distanciamento social, através das orações e da tecnologia.
 
E recebemos do Senhor, nós três, a missionária Noemi, da MIAF, também na Diáspora como eu, e uma amiga, doutora, a bênção de participar no final do ano passado, a bênção de estar em Moçambique, na cidade de Beira, onde servi por 20 anos.
E ao caminhar por aquelas ruas, visitando amigos, igrejas, famílias muito especiais, levamos livros, roupas, brinquedos para o povo que ainda sente em sua pele o vento que sopra de suas casas destruídas pelo ciclone, refugiando-se nos abrigos. Estão eles, agora, como nós, enfrentando a devastadora pandemia, que traz dor, sofrimento e morte. E oramos e confiamos nas promessas divinas de que “O Senhor é o meu pastor, e nada me faltará” e “quando tu passares pelas águas, Eu estarei contigo,...porque Eu Sou o Senhor teu Deus.”
 
E no caminhar por aquelas ruas e em especial naquela onde vivi, casa portuguesa, com sua varanda, onde cada sábado 60 crianças, nossas vizinhas, se sentavam nas esteiras no chão, com seus chinelinhos amontoados na porta, assistiam as aulas bíblicas, cantando e aprendendo versículos que eram durante a semana, espalhados pelas casas e prédios. E vi mais, e recordei mais, as mulheres com suas capulanas, fazendo artesanatos de patchwork, com agulhas e linhas, aproveitando pedacinhos de pano, e alunos que passavam para estudar e ter uma convivência amistosa, numa mistura de sotaques das etnias Ndau, Masena, Shona e resquícios do Português dos colonizadores.

Então parei em frente da casa! E me vi na varanda, cada manhã, em oração pelas famílias que vivem no prédio em frente, poucos metros nos separam e lá no 3º. andar estão elas, mãe e filhas, que descem a qualquer hora, para conversar, brincar, escutar os Salmos do “Profeta Davi” e o filho adolescente, aos sábados a tarde, também para lermos os Salmos e o Evangelho!!!

Subi agora, até o 3º.andar, com muita alegria e gratidão a Deus por essa oportunidade de nos reencontrarmos, conversar, presentear mais uma vez com a Bíblia, desta vez em árabe, desço as escadas e tenho mais visitas, e a bolsa já não pesa muito, e confio, e oro, para que a Palavra não volte vazia, pois assim é Sua Promessa. Logo virá, pensava eu, o tempo especial de jejum e oração, e veio, e não puderam se reunir juntos, há ainda o distanciamento social, mas não de Deus, que É, Era e Há de Ser!
 
E agora, na nossa Diáspora, os grupos de senegaleses, bolivianos e haitianos, estão sendo assistidos por nossa igreja local com orações, cestas básicas, conforto espiritual através das lives, e em especial a família da Irmã Irene, viúva do Pr. Manuel, eles, professores de Português dos senegaleses em nossa Igreja, missionários da Junta de Missões Nacionais, se recupera, ela, de sua saúde. 
 
Juntos, com todos vocês, em oração por nossas famílias, filhos, irmãos, netos (que estão longe...) possamos dizer com alegria... “até aqui nos ajudou o Senhor...” e continua... “e eis que Estou convosco...
 
Com carinho,
Ita

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Publicado por André Metz