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ONU e Obama pedem que eleições no Quênia sejam realizadas sem violência 09/08/2017

ONU e Obama pedem que eleições no Quênia sejam realizadas sem violência

Representantes da ONU e o ex-presidente americano Barack Obama pediram nesta segunda-feira (7) que as eleições no Quênia, marcadas para esta terça 8), ocorram sem violência. Quase 20 milhões de quenianos deverão ir às urnas para votar para presidente, governadores, deputados, senadores e funcionários locais.

O atual presidente, Uhuru Kenyatta, está disputando contra seu arquirrival, o veterano líder da oposição, Raila Odinga. As pesquisas finais mostraram uma corrida apertada entre os dois candidatos.

Os representantes da ONU pediram ao governo do Quênia que solicite a todos os participantes uma atitude do mais "alto padrão" para evitar uma situação como a enfrentada em 2017, quando a violência provocada depois do pleito deixou mais de mil mortos.

"Fazemos um pedido às autoridades para que façam o máximo para garantir eleições pacíficas, bem como um processo de votação justo e livre", afirmaram em comunicado os três enviados especiais da ONU. "Respeitar o direito fundamental de votar, a liberdade de expressão e de associação são os elementos essenciais para a participação do público em eleições justas", completou a nota.

Obama também emitiu um comunicado sobre as eleições no Quênia, terra natal de seu pai, em que diz: "Insto os líderes de Quênia a rejeitar a violência e a respeitar a vontade o povo. Peço a todos os quenianos que se comprometam com eleições pacíficas e confiáveis, fomentando a confiança em sua nova Constituição e o futuro de seu país".

Violência em 2007
As eleições de 2007, quando Mwai Kibaki e Raila Odinga se enfrentaram nas urnas, geraram uma série de confrontos que deixaram 1.100 mortos e obrigou que 600 mil pessoas deixassem suas casas.

Odinga foi derrotado por Kibaki, então presidente, por um pequeno número de votos e se negou a aceitar os resultados. A rejeição gerou uma guerra entre tribos que fez com que o atual presidente, Uhuru Kenyatta, na época vice-primeiro-ministro, fosse acusado no Tribunal Penal Internacional. O caso contra Kenyatta foi arquivado na reta final por uma inesperada falta de provas.

Os relatores destacaram que o Quênia avançou muito desde 2007, mas os relatores da ONU alertaram sobre incidentes recentes de violência política. "Em um contexto de discursos de ódio, de tensões que prevalecem, colocamos ênfase na importância de todos os envolvidos no processo se comprometerem com uma conduta pacífica durante e após as eleições", destacaram os enviados da ONU.

Além disso, eles lembraram as forças de segurança sobre a responsabilidade de agir com proporcionalidade e legalidade contra qualquer alteração da ordem pública no país.

Eleições de 2007 geraram confrontos que deixaram 1.100 mortos e 600 mil deslocados. Quenianos votam nesta terça para eleger presidente, governadores, deputados, senadores e funcionários locais.

Fake news
Por conta das eleições, o Facebook lançou nesta semana uma ferramenta para ajudar os usuários quenianos a detectar notícias falsas. Durante a campanha, partidários dos dois lados fizeram campanhas de difamação nas redes sociais.

A tortura e o assassinato de um alto funcionário na comissão eleitoral no fim de semana passado geraram uma avalanche de teorias e acusações de conspiração. "As notícias falsas estão se tornando cada vez mais um grande problema no Quênia", disse Alphonce Shiundu, editor do Kenya da Africa Check, uma organização sem fins lucrativos que procura aumentar a verificação de fatos e a apuração de notícias no continente.

Uma pesquisa de 2 mil quenianos realizada por meio de mensagens de telefone celular descobriu que nove em cada 10 entrevistados haviam visto notícias falsas e a metade dos consumidores obteve notícias através das mídias sociais, de acordo com um estudo realizado pela Geopoll e Portland Communications no mês passado.

Os 7 milhões de usuários mensais do Facebook no Quênia vão visualizar a nova ferramenta que ajuda a avaliar o conteúdo exibido quando entrarem na rede social. Isso leva a uma página com dicas sobre como detectar notícias falsas, incluindo verificação de endereços e fontes da web e procurar outras notícias sobre o assunto, informou o Facebook em um comunicado.


Fonte: G1

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