03/12/2019

Ele tem feito tudo conforme Ele prometera

Queridos intercessores,
 
Saudações de Kotido, Uganda! Enfim, posso dizer isso, e, com alegria no meu coração. Tenho diversas coisas para partilhar, mas primeiramente gostaria de refletir nestes dois textos.

"O Senhor foi bondoso com Sara, como lhe dissera, e fez por ela o que prometera."
Gênesis 21:1

Esta semana ao ler Gênesis, este texto chamou minha atenção. Deus foi gracioso com Sara, dando-lhe Isaque, o filho que Ele prometera. Sinto-me como Sara, pois tenho experimentado o favor de Deus sobre minha vida: Ele tem feito tudo conforme Ele prometera e muito mais do que eu possa imaginar e pensar. Deus tem sido muito bom. O próprio fato de eu estar aqui na África é uma dessas demonstrações do Seu favor em minha vida. Assim como Sara, Deus tem me dado motivo para riso e aqueles com quem eu compartilhar poderão se alegrar comigo por aquilo que Ele tem feito.

"Senhor, tu és o meu Deus; eu te exaltarei e louvarei o teu nome, pois com grande perfeição tens feito maravilhas, coisas há muito planejadas." Isaías 25:1

Este texto ressalta a gratidão a Deus, o desejo de louvá-lO e adorá-lO, porque Ele tem feito tudo com perfeição e cumpre o que Ele mesmo já tinha planejado há muito tempo. Sou prova viva disso: todos meus dias já foram escritos por Ele, mas como é bom poder viver cada um destes dias de tal forma como Ele mesmo tinha pensado.

DIA A DIA
Vou compartilhar um pouco do meu dia a dia e como tenho experimentado Seu favor. No começo de novembro, terminamos a ABO – African Based Orientation - uma introdução à vida africana e orientações importantes neste sentido. Os princípios enfatizados neste tempo foram: certeza da soberania de Deus e que Ele está no controle de todas as coisas; ser um eterno aprendiz; importância de aprender a língua e a cultura; tornar-se parte da família MIAF; tornar-se parte da comunidade na qual se está inserido. 


Por fim, tivemos uma refeição de encerramento e pude ajudar na cozinha para preparar tudo. Foi um tempo precioso, de muito aprendizado e um abrir de olhos para uma cosmovisão diferente da que estou acostumada. Ser preparada para este novo tempo mostra que Deus se importa e sou grata por isso.

Logo depois deste tempo, viajei para Uganda e em seguida para Kotido, a cidade onde estarei morando nos próximos meses. Kotido é uma cidade de interior, com cerca de 20.000 pessoas. Tem energia solar e água encanada em algumas casas, mas não em todas. Há diversas vendas espalhadas pela cidade, uma feira central e um mercado maior, com produtos diversos. Estou morando na mesma casa que estava no ano passado, mas qual não foi minha surpresa ao ver a casa pintada e com algumas reformas.

Moro junto com a Destiny, que é do Canadá e responsável pela educação das três meninas da família da Inglaterra. Ter ela em casa é uma resposta de oração, pois assim posso desfrutar da sua companhia. Mas ao mesmo tempo tenho um quarto só para mim também, o que aprecio. É muita graça, não é?

    


Quem mais faz parte da equipe? A família da Inglaterra: Paul, Helen e as crianças Esme, Marta e Tabatha. Ambos são médicos. Ele trabalha duas vezes por semana no hospital do governo; também discipula e mentoreia rapazes da igreja para que eles atuem nas vilas/aldeias. Ela trabalha como médica na clínica de saúde da igreja anglicana daqui de Kotido, buscando melhorar a reputação da clínica e influenciando os profissionais que ali trabalham. 

Por fim, há um casal da Nova Zelândia, que trabalha em Kacheri (uns 45 minutos de Kotido). Eles trabalham com treinamento de líderes e estabelecendo as bases da igreja nas vilas naquela região. Encontramo-nos uma vez por semana para meditarmos juntos sobre um texto bíblico e orarmos por questões da MIAF, ministeriais e pessoais. Desta forma, estreitamos os relacionamentos e sustentamo-nos mutuamente. Percebo nisso a provisão de Deus!

Normalmente pela manhã participo das devocionais para os profissionais da clínica e daqueles que trabalham na igreja. Três manhãs vou para a clínica a fim de observar a “visita médica” e assim implementar meu vocabulário em inglês relacionado à saúde (já que minha formação na área da saúde foi toda em português) e construir relacionamentos com os demais profissionais que trabalham ali. 

foto

Ainda não posso atuar como enfermeira, pois para isto preciso ter a entrevista com o Conselho de Enfermagem primeiro e a licença em mãos. Provavelmente isso acontecerá em fevereiro. O processo é demorado e pedem diferentes documentos dos que já enviei antes de vir para a Uganda, mas posso descansar e saber que Deus tem o tempo certo para tudo.

De forma alguma, porém, isto tem impedido meu ministério aqui, pois meu foco inicial é aprender a língua local e a cultura. Preciso atingir certo nível de proficiência para poder iniciar o trabalho propriamente dito. Todas as tardes tenho aula na língua local, utilizando figuras e objetos. Depois revejo os vídeos das aulas. Ainda tenho uma longa caminhada neste sentido, mas neste desafio Deus tem dado da Sua graça.

Além disso, estou lendo sobre à cultura africana, reconectando com pessoas com quem fiz amizades o ano passado com quem posso aprender muito também. E em meio a tudo isso, há também as atividades do dia a dia como cozinhar, lavar roupa, fazer compras, etc. 


Deus ainda tem colocado no meu coração a importância de investir tempo em intercessão pelo povo Karamojong e por todo o ministério que Ele deseja desenvolver neste lugar, preparando assim o terreno para isso. Como é precioso quando Ele compartilha conosco Seus anseios!

Nas quartas à noite, participo do estudo bíblico dos jovens. E aos domingos, vou ao culto na igreja anglicana aqui da cidade. 




Só para esclarecer: na cidade a igreja está presente (há vários cristãos nominais), mas nas vilas/aldeias o cristianismo ainda não é uma realidade (em algumas vilas o trabalho está começando, mas em outras ainda não há nenhum trabalho). Então o alvo é trabalhar nestas vilas ou preparar pessoas da igreja local que possam trabalhar nestas vilas (foto abaixo - vila vista de cima).

Especificamente domingo retrasado, tive a oportunidade de participar de uma celebração na vila/aldeia. Era uma celebração de gratidão a Deus, pelo término da construção de uma igreja (ano passado quando estive aqui ajudei no início da fundação dela). O grupo estava muito animado, alegre e grato a Deus. Havia muitas ofertas de gratidão a Deus, todos em produtos da terra: sorgo, amendoim, milho, etc. Após a celebração, ajudamos a tirar as sementes de milho das espigas, para facilitar o transporte e a venda. 

  

Como acharam muito difícil pronunciar meu nome, recebi um nome em Karamajong: “Nadweny”, que significa “Colheita”, pois cheguei na época da colheita. Ainda tivemos a oportunidade de ir à vila, ter um tempo com as pessoas e até mesmo tomar um tipo de iogurte. Muito gratificante poder estar nesta celebração e voltar à vila.

MOTIVOS DE ORAÇÃO

  • Continue orando...
  • Graças a Deus pelo Seu favor em minha vida
  • Graças a Deus por estar novamente em Kotido
  • Graças a Deus pela casa em que estou morando
  • Graças a Deus pela companheira de casa
  • Graças a Deus pela equipe
  • Aprendizado da língua e da cultura
  • Por todo o processo para obter a licença para trabalhar como enfermeira
  • Amor e compaixão pelo povo Karamajong
  • Noites de sono – por diversos motivos não tenho conseguido dormir muito bem à noite
  • Reconectar com pessoas e construção de novos relacionamentos

Realmente meu coração transborda de alegria por estar de volta. Isto não quer dizer que todos os dias são fáceis (calor, pernilongos, noites más dormidas, etc), mas saber que estou onde Deus quer que eu esteja, enche meu coração de gozo. Que ao experimentarmos Seu favor, esta alegria, gratidão, louvor e adoração a Deus possam fazer parte do nosso dia a dia.

Em Cristo, Dirce.


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Publicado por André Metz