Sou grata a Deus pela sua vida e por contar com você nesta caminhada de fé, rumo ao continente africano. Minha constante oração por você e sua família é para que o Senhor continue os guardando e livrando de todo o mal, suprindo suas necessidades e fortalecendo o ânimo e fé que vocês têm no Senhor.

Peço desculpa, por não ter enviado notícias nos últimos dois meses, porém diante das incertezas e das constantes mudanças e ajustes que precisamos fazer em nossos planos, achei melhor esperar, antes de comunicar aos irmãos sobre o andamento do projeto missionário que estamos empreendendo.

Vivemos em meio a uma pandemia e diante deste mal as fronteiras do país estavam fechadas. Em se tratando de Moçambique, mais especificamente na região norte do país, onde intento residir, além da Covid-19, existe uma guerra civil, a qual tem feito o povo Mwani migrar para outra província e este fato nos levou a mudar os planos de residência. A princípio eu iria residir na cidade de Pemba, agora vou morar em Nampula, seguindo o caminho deles.

No dia 26 de maio, o Presidente de Moçambique autorizou a emissão de vistos com novas exigências. Após ser estudado e avaliado o novo processo, minha liderança tomou a decisão de darmos entrada em meu pedido de visto, bem como de duas famílias brasileiras que compõem nossa equipe. Cada país tem uma política diferente para emissão de vistos, no caso de Moçambique todo o processo se dá em três fases, que duram em média uns seis meses ou mais. E pela fé, demos início a primeira delas.

Digo pela fé, porque em se tratando da minha necessidade de sustento mensal definidos pela agência missionária, com base na realidade do campo, e despesas imediatas como: valores de visto, passagens, seguro de saúde e residência, ainda estamos muito distantes do que preciso. Em tempos “normais”, ou melhor dizendo, no passado, nós nem mesmo teríamos iniciado o pedido de visto avaliando os recursos que tenho hoje.

Mas diante do fato de que as coisas mudam diariamente, decidimos dar este passo de fé e iniciar o processo de visto, para não perdermos a oportunidade, pois os portões podem se fechar novamente. A nossa expectativa é que o Senhor direcione nossos passos para angariar todos os recursos financeiros que ainda precisamos, suprindo assim as minhas necessidades.

Para que os irmãos, compreendam um pouco melhor, dos 100% da meta de sustento mensal necessário, eu tenho recebido uma média de 25% a 30% em ofertas. Atualmente a missão exige que o missionário tenha no mínimo 80% do alvo de sustento mensal para sair do país de origem.

Em se tratando dos valores de despesas imediatas de saída e entrada, a alta e a variação do dólar influenciam bastante em todos os custos. As passagens aéreas também estão em alta e qualquer orçamento feito hoje é exorbitante. A boa notícia é que com as ofertas recebidas até agora, tenho o suficiente para as despesas de visto e 50% do valor referente ao seguro de saúde. Bom, como os irmãos veem os desafios são gigantes, e pela minha baixa estatura, me sinto como Davi em frente a Golias. O que me anima e fortalece é que “eu vou ...em nome do Senhor dos Exércitos” (1 Sm 17:45).

Sou membro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Cornélio Procópio, e como igreja enviadora, ela é atualmente minha principal mantenedora, seguida pelo Presbitério de Cornélio Procópio e outros irmãos que têm me servido

‘‘Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.’’ (1 João 3:16)

Cornélio Procópio, 06 de agosto de 2021